Doença de Sjögren

7 junho, 2025

A doença de Sjögren, descrita pela primeira vez em 1933 pelo médico sueco Henrik Sjögren, é uma enfermidade autoimune, cujo principal sintoma é a síndrome sicca, caracterizada pela sensação de secura em olho, boca e pele, por exemplo. Acomete principalmente mulheres com idade entre 40 e 50 anos.


Não se sabe ao certo o que leva ao seu surgimento, porém há evidências de que a predisposição genética, somada à exposição ambiental (ex: infecções virais), influencia. Além dos sintomas secos, o paciente também pode apresentar inflamação recorrente das glândulas salivares, dor articular, lesões de pele, dormências, inflamação renal, queda de plaquetas, entre outras manifestações.


Como em muitas doenças reumatológicas, o diagnóstico não é simples, porém pode ser feito após uma análise detalhada dos sintomas e exames laboratoriais. Alguns anticorpos, tais como o FAN, fator reumatoide, anti-Ro e anti-La, são encontrados. Em alguns casos, faz-se necessário biópsia da glândula salivar para um diagnóstico mais assertivo.


Já que a maioria dos pacientes apresenta apenas sintomas de secura, o tratamento será exclusivamente sintomático, com o uso de colírios lubrificantes, saliva artificial, hidratantes e medicamentos específicos a depender da situação. Casos mais graves necessitam de corticoides e imunossupressores.


Também é importante mencionar o risco aumentado de linfoma, um tipo de câncer das células sanguíneas, nestes pacientes. A vigilância desta condição faz parte do seguimento a ser feito pelo reumatologista. Outro ponto relevante é a necessidade de acompanhamento regular com o dentista, uma vez que a menor produção de saliva predispõe a problemas dentários. 


Imagem gerada por IA (Chatgpt)

 

Lúpus

8 março, 2025

O lúpus é uma das doenças autoimunes mais desafiadoras existentes, pois pode acometer praticamente todos os sistemas do corpo, gerando desde manifestações mais brandas, como uma dor articular e vermelhidão na pele após exposição solar, até inflamação grave nos rins, que pode levar à falência completa do órgão.


Ele acomete principalmente mulheres em idade fértil, sendo que o hormônio sexual feminino desempenha um papel no seu desenvolvimento. No entanto, há diversos outros fatores envolvidos, como a predisposição genética e a exposição ambiental a certos patógenos e medicamentos.


O diagnóstico pode ser desafiador e um exame de FAN (fator antinúcleo) reagente, por si só, não o confirma. Como ocorre com várias doenças autoimunes, é necessário levar em consideração características clínicas e laboratoriais para determinar se uma pessoa tem lúpus. Muitas vezes essa confirmação só virá com o tempo.


O tratamento vai depender dos sintomas do paciente. Em casos leves, utilizam-se anti-inflamatórios, corticosteroides e hidroxicloroquina. Já em pacientes com manifestações mais graves, pode ser necessário o uso de outros imunossupressores mais potentes.


Além dos imunossupressores, é fundamental o uso regular de filtro solar, uma vez que a radiação ultravioleta pode ativar a doença. Outro ponto essencial é o planejamento gestacional, pois a gravidez pode agravar os sintomas e muitas das drogas utilizadas no tratamento do lúpus são prejudiciais ao feto. 


Um acompanhamento regular com o reumatologista permite gerenciar todas essas questões, controlar a doença e melhorar a qualidade de vida da pessoa com lúpus.


Woman with butterfly face rash

Imagem: Getty Images/iStockphoto

 

Meu FAN é reagente, e agora?

26 dezembro, 2024

O FAN (fator antinúcleo) é um exame utilizado na investigação de doenças autoimunes, ou seja, aquelas que atacam o nosso corpo, gerando inflamação. Ele identifica se o paciente possui anticorpos que reagem contra algumas porções da célula. Para isso, coleta-se uma amostra de sangue e utiliza-se um substrato de células tumorais humanas (células HEp-2), retiradas de um tumor de laringe e multiplicadas em laboratório. Essa mistura é analisada por meio de um microscópio e, assim, verifica-se a positividade ou não do anticorpo.


Existem diversos padrões de FAN, o qual é mencionado no laudo, em conjunto com a titulação do exame, que expressa a sua concentração. Quanto mais concentrado, maior a chance de ele estar associado a alguma doença autoimune. Alguns padrões possuem forte ligação com determinadas doenças e há ainda aqueles presentes em pessoas saudáveis. Ademais, ele também pode ser encontrado em infecções e neoplasias (câncer).


Em virtude de tais características, o FAN só deve ser realizado se o paciente apresentar sintomas que sugiram alguma doença autoimune. Ele nunca deve ser utilizado como exame de rastreio, pois o achado isolado de um FAN reagente não significa que a pessoa é portadora de lúpus ou outra doença autoimune. Os sintomas e outros achados laboratoriais é que permitirão estabelecer um diagnóstico mais preciso.

 

Picture of immunofluorescence staining pattern of dsDNA antibodies.

Imagem: Exemplo de FAN visto ao microscópio. Retirado de https://en.wikipedia.org/wiki/Antinuclear_antibody

 

Artrite Reativa

14 dezembro, 2024
A artrite reativa é uma doença que também faz parte do grupo das espondiloartrites e acontece após algumas infecções intestinais e urogenitais. As infecções intestinais são causadas por bactérias como a Salmonela, Shigela, Yersínia e Campylobacter. Já as urogenitais, em geral, têm como agente a clamídia.

Ela acomete principalmente pessoas de 20 a 40 anos, a frequência é semelhante em ambos os sexos, porém verifica-se uma predominância no homem quando a infecção é de natureza sexual.

Os sintomas iniciam-se após 1 a 4 semanas do episódio infeccioso e são caracterizados por manifestações articulares como artrite de membros inferiores (joelhos, tornozelos e pés), entesites (inflamação na inserção dos tendões), inchaço nos dedos e dor lombar. Também podem ocorrer sintomas fora da articulação, tais como lesões de pele, lesões penianas e inflamação nos olhos.

O diagnóstico é feito com base na história clínica, na confirmação da ocorrência da infecção (o que nem sempre é possível) e por meio de exames laboratoriais e de imagem. Já para o tratamento, faz-se uso de anti-inflamatórios, corticoides e drogas imunossupressoras. Além disso, é importante a prevenção da reinfecção pela clamídia.

O prognóstico da doença é variável, podendo apresentar um curso autolimitado, de duração de 6 a 12 meses, ou crônico, alternando períodos de doença ativa ou em remissão.

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Imagem: Freepik

 

Artrite e doenças do intestino

8 novembro, 2024

O termo artrite enteropática é utilizado para definir um tipo de artrite associada às chamadas doenças inflamatórias intestinais, como a doença de Crohn e a retocolite ulcerativa. Trata-se de doenças autoimunes, que geram um processo inflamatório no trato gastrointestinal, podendo acometer a boca, estômago, intestino e região anal. 


Seus principais sintomas são dor abdominal, diarreia e fezes com sangue, porém é possível haver manifestações em outros órgãos e o acometimento articular é a mais frequente delas. Os pacientes geralmente apresentam dor lombar e em glúteo, além de artrite nas articulações dos membros inferiores, como joelhos e tornozelos. Os sintomas articulares são variados, podendo aparecer antes, durante ou depois do surgimento das manifestações intestinais.


Não há um exame que confirme o diagnóstico, sendo este essencialmente clínico. Felizmente, hoje há diversas medicações que têm, ao mesmo tempo, um bom efeito contra os sintomas intestinais e os articulares. 


Os pacientes com tais doenças devem, preferencialmente, ser acompanhados pelo gastroenterologista e reumatologista.


Ilustração de órgãos internos no corpo da mulher contra o cinza

Imagem: Freepik

 

Artrite Psoriásica

24 outubro, 2024

Conforme mencionado na publicação anterior, a artrite psoriásica faz parte do grupo das espondiloartrites, as quais são doenças que acometem a coluna vertebral, mas também outras articulações. Como o próprio nome diz, ela está associada à presença da psoríase, uma doença autoimune da pele, que possui formas variadas, porém a mais encontrada caracteriza-se por lesões tipo placas vermelhas e com escamas, localizadas nos cotovelos, joelhos, umbigo, região entre os glúteos e couro cabeludo, por exemplo.


A artrite psoriásica pode assumir alguns padrões. Em determinados casos, a inflamação acomete mais a coluna e tem como principal sintoma a dor lombar. Já em outros afeta articulações periféricas (distantes da coluna), sendo muito semelhante à artrite reumatoide, com artrite em mãos e punhos. 


O diagnóstico pode ser desafiador, uma vez que alguns pacientes iniciam com o quadro articular sem apresentar lesões de pele, as quais tendem a aparecer posteriormente. Semelhante a muitas doenças reumatológicas, uma análise ampla dos sintomas, alterações de exame físico e dos exames laboratoriais e de imagem é necessária para a identificação da doença.


O tratamento baseia-se no uso de medicamentos anti-inflamatórios e drogas, chamadas modificadoras da doença, sintéticas ou biológicas. É importante lembrar que a artrite psoriásica é capaz de gerar deformidades articulares graves e, portanto, diante da suspeita diagnóstica, deve-se procurar um reumatologista para avaliação especializada. Ademais, na maioria dos pacientes, o seguimento deverá ser em conjunto com o dermatologista.


Psoríase: saiba o que é, sintomas e tratamentos
Imagem: https://avidaplena.com.br/dermatologia/psoriase/
 

Espondiloartrites

9 outubro, 2024

Espondiloartrites são doenças caracterizadas pela formação de entesite, que é a inflamação do local onde o tendão se fixa no osso. Pode acometer diversos locais do corpo, porém é mais comum na coluna vertebral, sendo esta a origem do nome da doença (o termo espondilo significa vértebra). Faz parte deste grupo de enfermidades a espondiloartrite axial, a artrite psoriásica, a espondiloartrite enteropática e a artrite reativa. 


Elas acometem principalmente homens jovens, com menos de 45 anos, iniciam-se aos poucos e em geral manifesta-se por meio de dor lombar inflamatória, que piora com o repouso, pode acordar o paciente à noite e melhora com a movimentação. Ademais, outros sintomas comuns são artrite, inchaço dos dedos, inflamação nos olhos (uveíte), lesões de pele (psoríase), diarreia e dor abdominal. No passado, muitos pacientes demoravam para serem diagnosticados e evoluíam com deformidades articulares, o que felizmente diminuiu nos últimos anos.


O diagnóstico é feito por meio da análise dos sintomas clínicos, exames laboratoriais e de imagem. Nos indivíduos com sintomas iniciados há poucos meses, a ressonância magnética permite a identificação da sacroileíte, uma inflamação na região mais inferior da coluna, muito presente nestas doenças. A identificação do gene do HLA-B27, presente em 50 a 90% dos pacientes, auxilia no diagnóstico.


Assim como a artrite reumatoide, o tratamento das espondiloartrites avança a cada dia, o que vem garantindo um prognóstico mais favorável aos pacientes.



Imagem: Adobe Stock

 

Artrite reumatóide

1 outubro, 2024

Uma doença bastante frequente na prática do reumatologista, a artrite reumatoide caracteriza-se pela presença de artrite simétrica (acomete ambos os lados) das articulações das mãos e dos punhos e inicia-se de forma lenta, instalando-se, geralmente, ao longo de semanas a meses. O paciente queixa-se de dor e inchaço nestas articulações, principalmente pela manhã, acompanhados de uma sensação de rigidez articular prolongada (mais de 1 hora).


Ela acomete sobretudo mulheres de 40 a 60 anos e, como muitas das doenças reumatológicas, ainda não se sabe como ela surge, porém é nítida a influência de fatores genéticos e ambientais. Sabe-se, por exemplo, que há uma associação com infecções dentárias (periodontite) e tabagismo.


O diagnóstico é feito por meio da história clínica, exames laboratoriais e de imagem. Alguns anticorpos podem ser identificados, sendo o fator reumatoide e o anti-CCP os mais utilizados na prática clínica. É importante que a doença seja identificada precocemente, pois ela pode evoluir com deformidades articulares irreversíveis, as quais trazem limitações à vida diária.


Felizmente, o tratamento da artrite reumatoide evoluiu muito nos últimos anos e hoje em dia há uma série de medicamentos disponíveis, que permitem alcançar a remissão ou atingir um grau leve de atividade da doença. Da mesma forma, a mudança de estilo de vida é importante no controle dos sintomas, sendo a cessação do tabagismo uma das metas a serem alcançadas.



Imagem: Sociedade Mineira de Reumatologia (https://reumatominas.com.br/artrite-reumatoide-requer-tratamento-continuo)

 

Osteoporose

24 setembro, 2024

O osso é caracterizado por um equilíbrio entre os processos de formação e reabsorção óssea. A formação ocorre até por volta de 30 anos e é influenciada por diversos fatores, entre eles a genética, a ingestão de cálcio, os hormônios, o peso corporal e a prática de atividade física. Após esse período, a massa óssea diminui gradativamente, o que acontece de forma mais marcante nas mulheres na pós-menopausa. Quando a densidade óssea atinge níveis críticos, com os quais o risco de fratura é elevado, dizemos que o indivíduo possui osteoporose.


Uma das maneiras de medir a densidade óssea é por meio da realização de um exame chamado densitometria óssea. Ela deve ser realizada em mulheres a partir dos 65 anos, homens a partir dos 70 anos ou em pessoas fora dessa faixa etária, mas que possuem fatores de risco para perda de massa óssea. Entretanto, a osteoporose também pode ser diagnosticada em pacientes que apresentaram as chamadas fraturas de fragilidade, que acometem a coluna, o fêmur, o braço ou o antebraço. E em alguns destes casos a densitometria pode inclusive ser normal ou pouco alterada.


 Ao contrário do que muitos pensam, a osteoporose é uma doença silenciosa e não causa dor. Esta manifestação só aparece quando ocorre a fratura. Por este motivo, faz-se necessário a adoção de uma medicina preventiva para que o diagnóstico seja precoce.


Como medida terapêutica, recomenda-se a atividade física regular, a oferta adequada de cálcio (preferencialmente pela dieta), o uso de vitamina D e de medicações específicas cujo efeito garanta uma redução do risco de fratura.


Rede Ebserh alerta para importância de exame para detectar osteoporose

Imagem: Ebserh

 

Gota

10 setembro, 2024

A gota é uma das principais causas de artrite e uma das doenças reumatológicas mais comuns, perdendo apenas para a osteoartrite (artrose). Ela é causada pelo depósito de sais de monourato de sódio (ácido úrico) nos tecidos do corpo, com destaque para as articulações, a pele e os rins. Pode acometer ambos os sexos, porém é mais frequente nos homens e rara em mulheres antes da menopausa.


Para que a doença ocorra, é necessário haver um excesso de ácido úrico (hiperuricemia) no organismo, o que é gerado por uma diminuição da excreção dessa substância pelos rins ou pelo excesso de produção no corpo. Alguns fatores podem precipitar a crise de gota, tais como a ingestão excessiva de produtos de origem animal ou bebida alcoólica, alguns medicamentos, traumas ou cirurgias.


Na maioria das vezes, ela manifesta-se por meio de artrite súbita na articulação do hálux (“dedão do pé”), dura poucos dias e melhora com medicações capazes de bloquear a inflamação. Caso não seja tratada de forma adequada, pode evoluir com crises mais frequentes e duradouras, além de acometer outros locais como os joelhos e tornozelos.


A mudança de estilo de vida desempenha um papel importante. Uma dieta balanceada consegue diminuir o risco de novas crises, porém não é o suficiente. Nos indivíduos que apresentam muitas crises ao longo do ano, possuem cálculo renal ou disfunção renal secundários à hiperuricemia, por exemplo, tem indicação de iniciar tratamento específico para diminuir os níveis de ácido úrico no corpo, evitando-se assim novas crises e, consequentemente, outros danos aos tecidos.


Homem com gota dolorosa e inflamada no pé em torno da área do dedo do pé grande. — Fotografia de Stock

Imagem: depositphotos

 

Artrose

3 setembro, 2024

A osteoartrite, popularmente conhecida como artrose, é uma das doenças reumatológicas mais comuns e é responsável por gerar dor e incapacidade funcional. Em geral aparece após os 40 anos, mas também pode afetar indivíduos mais jovens. Nesse caso costuma estar relacionada a traumas ou doenças autoimunes, a exemplo da artrite idiopática juvenil ou artrite reumatoide.


Ela surge por meio da influência de fatores genéticos e ambientais, sendo que o excesso de peso exerce papel fundamental no seu desenvolvimento nas chamadas articulações de carga, tais como os joelhos e os quadris. Além destes locais, a osteoartrite pode se desenvolver na coluna cervical e lombar, mãos e dedos dos pés.


O dano principal ocorre na cartilagem das articulações, o que leva à exposição do osso subjacente e, consequentemente, gera um processo inflamatório local. Esta inflamação é a responsável por gerar dor, dano articular e deformidades.


Ainda não há um tratamento capaz de curar a osteoartrite e reverter os seus danos, porém algumas mudanças no estilo de vida, o uso de medicamentos para controle de dor e a terapia com alguns antiartrósicos são capazes de aliviar os sintomas, retardar a progressão da doença e melhorar a qualidade de vida do paciente.



Foto um velho com dor no joelho.

Imagem: Freepick

 

O que é reumatismo?

17 março, 2024

Reumatismo é um termo popular utilizado para designar uma série de doenças, que podem ter entre as suas manifestações a inflamação das articulações (artrite), mais conhecidas como “juntas”. Atualmente existem cerca de 200 doenças seguidas pelo reumatologista, as quais podem acometer pessoas de idades variadas, desde crianças até idosos.



É muito comum associar as doenças reumáticas à artrite, porém algumas dessas condições podem afetar qualquer órgão do corpo. Um exemplo é o lúpus eritematoso sistêmico, uma doença autoimune (quando o nosso corpo produz anticorpo contra ele mesmo), que pode acometer não só as articulações, mas também a pele, o rim, as células sanguíneas, etc.


No passado, havia poucas alternativas para o tratamento das doenças reumáticas, situação essa que melhorou muito nos últimos anos. Hoje conhecemos um pouco mais sobre como essas doenças agem no nosso corpo, o que permitiu o desenvolvimento de vários medicamentos. Essas drogas, na maioria das vezes, não garantem a cura, mas permitem um controle dos sintomas e, consequentemente, garantem um ganho significativo de qualidade de vida para o paciente reumatológico.


Nos próximos posts, escreverei sobre as principais doenças que fazem parte do cotidiano do reumatologista.


Até breve!


 artrite reumatoide, mulher que sofre de dor intensa no pulso, feche com foco seletivo - reumatologia - fotografias e filmes do acervo

Imagem: iStock/ Créditos: Serdar Kutlu